Considerado um mestre na arte do bordado em lantejoulas, o artista pernambucano Manoelzinho Salustiano tem sua obra celebrada nesta exposição que reúne 29 trabalhos. Entre as obras em exibição estão 23 telas, duas golas e quatro estandartes, exemplos da pluralidade da sua técnica e poética e das tradições da cultura popular de Pernambuco. A curadoria é de Bruna Pedrosa e Guida Gomes. O projeto convida o público a um mergulho nas tradições populares de Pernambuco, ao mesmo tempo que traça um paralelo com releituras do pintor alemão-suíço Paul Klee, conhecido como “pai do abstrato". Nas criações de Manoelzinho, as lantejoulas substituem as pinceladas, criam texturas e cores que ressignificam e elevam a prática do bordado ao status de obra de arte. Sobre o artista: Manoelzinho é filho de Mestre Salustiano, ícone da cultura popular do Nordeste, por isso um verdadeiro herdeiro das tradições culturais pernambucanas. Ele manifesta sua arte em estandartes vibrantes, celebrando as agremiações e suas cores. Mestre artesão de bordados, considera a arte uma vivência afetiva que transpõe a agulha e a linha. É ele quem faz as golas dos caboclos de lança, protagonistas dos cortejos do Maracatu, manifestação cultural típica de Pernambuco. Na celebração, os adornos funcionam como mantos protetores e carregam uma riqueza simbólica e visual. Manoelzinho já realizou a exposição de um painel em Paris, em 2005. A obra, medindo 10m x 5,40m, apresentava um bordado em veludo com lantejoulas e miçangas em linha nylon, que é considerado o maior estandarte do mundo. Em 2022, pelo destaque em sua área de atuação, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Pernambuco.